Nos dias 8 e 9 desse mês, na sede do Sindicato dos Servidores do Ministério Público de Pernambuco (Sindsemp/PE), dirigentes de entidades sindicais participaram de um curso de formação que tratou sobre os principais pontos da Reforma da Previdência Social na perspectiva dos servidores estaduais. Ao todo, cerca de 20 pessoas participaram da capacitação. O evento foi promovido numa parceria pelo Sindsemp/PE, Sindicato dos Servidores do Judiciário de Pernambuco (Sindjud/PE), Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo (Sindlegis/PE) e Sindicato dos Servidores do Tribunal de Contas (Sindicontas/PE).
A iniciativa teve como principal objetivo provocar uma reflexão e amadurecer os entendimentos nos assuntos que tangem a Reforma da Previdência e o que ela trará de impactos para os servidores do Estado. “Entendemos que a Reforma trará várias perdas para a classe trabalhadora e toda a população brasileira. É uma preocupação que temos enquanto agentes de defesa dos direitos da nossa categoria e por isso precisamos nos unir para definirmos a melhor forma de atuação”, enfatizou Fernando Ribamar, presidente do Sindsemp/PE.
Além de Fernando, o Sindisemp/PE esteve representado pelos diretores, Ronaldo Sampaio e Bôsco Rabello. No primeiro dia, o encontro contou com a palestra do advogado especialista em Previdência, Ricardo Souza, que é servidor do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE). Ele fez um balanço histórico sobre a previdência no Brasil, detalhando os regimes de previdência existentes, além de pontuar as reformas previdenciárias já feitas no país. O consultor, Erick Bezerra, e o secretário-geral do Sindilegis, Ítalo Lopes, representantes do Sindilegis no conselho do Funafin – participaram como debatedores.
No segundo dia do evento, a economista do Dieese, Jaqueline Natal, e o advogado e servidor do TCE, Cláudio Ferreira, analisaram os pontos da reforma e seus impactos, principalmente, para os servidores públicos. A economista parabenizou a iniciativa dos sindicatos pelo engajamento com a pauta, enfatizando que, nesse momento, o tema é um dos maiores desafios que os trabalhadores brasileiros enfrentam. Segundo ela, o seminário pode contribuir muito para a elaboração de propostas interessantes para a luta da Reforma da Previdência.
O projeto desmonta a seguridade social como foi concebida a partir da constituição de 1988 e prejudica muito os trabalhadores da iniciativa privada, pública, professores, trabalhadores rurais, ou seja, embaraça todo o conjunto de uma sociedade. “Em nossa concepção, dificilmente o novo plano irá entregar o que promete que é o de criar condições para o crescimento econômico e o desenvolvimento e ampliação do emprego e da renda em todo o país. Na verdade, a proposta de desmonte da previdência do jeito que está formatada vai aprofundar ainda mais a crise, a exclusão e a desigualdade social, excluindo a população mais carente da proteção social”, pontua Jaqueline.
Marconi Glauco, presidente do Sindilegis, enfatizou a importância da formação como fundamental para a preparação dos dirigentes que poderão levar o tema para as bases. Para ele, a reforma tem que ser combatida porque não exclui privilégios e ataca direitos dos servidores públicos.