Iniciativa é fruto de parceria do Ministério Público com o Programa Cientista-Chefe, da Funcap, do qual a Unifor é integrante.
Equipe de pesquisadores em Inteligência Artificial e Ciência dos Dados da Universidade de Fortaleza, da Fundação Edson Queiroz, integrará projeto de transformação digital no Ministério Público do Ceará (MPCE). São bolsistas de doutorado, mestrado e estudantes de graduação coordenados pelo professor Napoleão Nepomuceno, do Programa de Pós-Graduação em Informática Aplicada da Unifor. Também integram a equipe os professores Daniel Valente, da Unifor, e Pablo Abreu de Morais, do Instituto Federal do Ceará (IFCE).
O projeto visa desenvolver uma pesquisa para identificar as principais tarefas que podem ser automatizadas na elaboração de peças processuais de caráter repetitivo dentro do Ministério Público estadual; bem como promover a automação da detecção de indícios de conduta criminosa, com foco em crimes cometidos por organizações criminosas, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e fraude à licitação.
“A partir de big data e de soluções com IA – inteligência artificial, o projeto visa trazer maiores recursos à eficiência e à precisão nas investigações e para as demais demandas ministeriais, permitindo que, por meio sistemas especialistas, os membros e servidores do Ministério Público tenham melhores ferramentas para as tomadas de decisão”, explica o promotor de Justiça Hugo Porto, um dos coordenadores do projeto no MPCE.
“Esta é uma oportunidade única de adquirir e de aplicar o conhecimento acadêmico para resolver problemas de grande impacto econômico e social. O intuito é combinar as expertises das instituições para aprimorar as funções de investigação e de processamento judicial do Ministério Público, corroborando assim com o cumprimento de sua missão de defender os interesses da sociedade e garantir os direitos dos cidadãos”, destaca o professor Napoleão Nepomuceno (foto).
Programa Cientista-Chefe
A iniciativa é fruto de parceria do MPCE com o Programa Cientista-Chefe, da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), do qual a Universidade de Fortaleza faz parte. Além dos pós-graduandos e graduandos da Unifor, também estarão engajados alunos pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). A condução do Programa no MPCE ficará a cargo do Laboratório de Inovação (LINO).
Parceria com a UFMG
As ações de pesquisa terão parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que já realiza trabalho semelhante junto ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), tendo como pesquisador-chefe o professor Wagner Meira. “Fechamos uma parceria entre as quatro instituições, o que significa que vamos desenvolver ferramentas para o MPCE, que também vão ser usadas pelo MPMG e vice-versa. É uma colaboração também no campo científico. A UFMG é referência na área da ciência de dados, o que fortalece o nosso trabalho, inclusive dando peso maior às publicações científicas que serão feitas em conjunto”, destaca o professor Vasco Furtado, diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Unifor.
Apoio acadêmico
De acordo com o promotor de Justiça Hugo Porto, o LINO tem por missão a articulação experimental com agentes e entidades públicas e privadas, merecendo destaque maior a interação com a academia, mais propriamente com centros de excelência como a Unifor e do IFCE, por meio do fomento da ciência aplicada. “Neste contexto, o Programa Cientista-Chefe tem um papel fundamental, posto ser uma importante interface estruturada para a concretização dessas parcerias”, destaca.