CSP-Conlutas – Centrais sindicais propõem semana de agitação pela revogação do pacote de Bolsonaro e por emprego

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As Centrais Sindicais se reuniram nesta terça-feira (19), com o objetivo de organizar um calendário de mobilizações e atividades em defesa do emprego e contra o pacote de Bolsonaro que acaba com os direitos dos trabalhadores.

A proposta é de que até maio de 2020 ocorram atividades que preparem os trabalhadores e os desempregados contra uma série de medidas do governo que reduzem ou acabam com direitos.

Entre uma das principais ações será a realização de uma semana com atividades, prevista para ocorrer de 2 a 6 de dezembro, com panfletagens em pontos de circulação da população –em pontos de ônibus, trens e metrô- assembleias nas portas de fábricas e reuniões com organizações de bairro.

A proposta é fazer uma agitação e alertar o povo sobre o conjunto de medidas que Bolsonaro, Paulo Guedes e o Congresso Nacional estão aprovando e que impõe uma série de crueldades contra os brasileiros.

Outras ações também estão sendo organizadas pelas Centrais em torno dos eixos pela revogação da MP (Media Provisória) 905, que compõe o Programa Verde Amarelo, a defesa da saúde e educação, por emprego, contra as privatizações e em defesa das liberdades democráticas.

2020

Para 2020 estão sendo, desde já, discutidas a organização do 8 de Março – Dia Internacional das Mulheres, e 1 de Maio – Dia do Trabalhador.

Um Encontro da Classe Trabalhadora também está sendo articulado, com previsão para acontecer em meados de fevereiro.

A próxima reunião das Centrais para organizar essas atividades e preparar o calendário para 2020 ocorre nesta sexta-feira (22), às 10h, na sede do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Unidade é importante e deve servir para colocar o povo na rua, já!

O membro da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas Atnagoras Lopes salientou os pontos positivos da reunião, mas foi incisivo ao apontar que a classe trabalhadora e os desempregados precisam de respostas mais rápidas e esperam isso das direções.

Diante de um quadro de forte ataque, como o desconto do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) para o Seguro Desemprego, de ameaça de fim de estabilidade para servidor público, de carteira verde amarela sem direitos, uma brutalidade de ataques do governo, a reunião deveria, em sua avaliação, já chamar um dia nacional de luta contra o governo. “Infelizmente não houve acordo ou espaço para debater algo mais incisivo neste sentido. Nós achamos que toda a unidade é importante, mas tem que servir para colocar o povo na rua”, frisou.

“São muitos desempregados, a pobreza tá assolando a todos o governo atacando os pobres, e o papel das direções não apontou esse dia de luta”, destacou.

Para o dirigente, a reunião não direcionar para esse dia esse dia de luta, apenas uma semana de panfletagem, é ineficiente diante dos desafios impostos pelo governo. “Nós entendemos ser um equívoco, e que a direção dos movimentos, pelo menos nessa reunião, não se apresentou a altura dos desafios da classe trabalhadora e dos desempregados”, avaliou.

Apesar das diferenciações, a Central seguirá na consolidação da unidade, mas insistindo na necessidade de construir urgentemente uma nova greve geral no país. “Não dá para aceitar que o governo faça esse grau de medidas brutais contra a classe e a gente não reaja, ou como direção não apontemos o caminho. Nós chamamos a todos os sindicatos e movimentos sociais a se mobilizarem em seus estados e regiões. Vamos construir e reunir os lutadores para que a nossa classe se levante contra esse governo porque é necessário, vamos seguir o exemplo do Chile e dos povos que estão lutando pelo mundo”, completou.

Atnagoras alertou ainda que não se pode esperar as eleições de 2022, até lá, a probabilidade do país ser terra arrasada é enorme, por isso, não é possível vacilar. “Contra essa necessidade de ação imediata e unitária da classe para derrotar Bolsonaro, Morão, Guedes e seu projeto de semi-escravidão e ditadura estão aqueles que defendem apenas a estratégia eleitoral. Submeter os trabalhadores a piores condições de vida em detrimento de um calendário eleitoral é não só um equívoco, como mais um crime contra a classe trabalhadora, insisto, unidade tem que ser para lutar, não podemos esperar 2020, tampouco 2022”, concluiu.