Do norte ao sul do Brasil, as mulheres estão se organizando para ir a Brasília lutar por terra, igualdade e democracia! Entre os dias 9 e 12 de agosto, acontece a Marcha das Mulheres Indígenas, e nos dias 13 e 14, acontece a Marcha das Margaridas, que é a maior manifestação de mulheres rurais da América Latina. Serão dias de muita luta contra o autoritarismo e os retrocessos que vêm sendo movidos pelo governo de Bolsonaro, especialmente no campo. E será também um momento de colocar nossa perspectiva feminista e revolucionária.
Para Carolina Azevedo, da Marcha Mundial das Mulheres de Tocantins, “vai ser um momento histórico da luta coletiva e da organização feminista, sobretudo para a Marcha Mundial daqui, por ser nossa primeira participação. Estaremos na luta com as mulheres do campo, das águas, da floresta, da cidade, com lideranças indígenas, quilombolas, sindicais… mulheres de tantas realidades, tantas perspectivas, com quem vamos conseguir compartilhar a luta por soberania, defesa dos nossos territórios, nossos corpos, nossos direitos trabalhistas, nossa seguridade social, e contra esse governo fascista e antipovo de Jair Bolsonaro. Marchar em defesa das mulheres, da agroecologia, da agricultura familiar. Marchar em defesa dos nossos territórios é marchar em defesa da vida digna, do bem viver das mulheres e do mundo”.
Nos últimos meses, foram muitas as atividades de confecção de materiais, de formação e de reflexão sobre os desafios de hoje para as feministas. Isso porque queremos ir fortes para a Marcha das Margaridas, e voltar mais fortes, para seguir a luta cotidiana em todas as regiões. No Rio de Janeiro, parte da mobilização acontece em conjunto com as mulheres do movimento sindical. No Ceará, as mulheres organizaram atividades em universidades, bairros como Altura Nunes e Pirambu, assentamentos como o Maceió e a Fazenda Aruana, e também encontros junto com a CUT e com o Movimento de Mulheres Trabalhadoras Rurais do Nordeste. “A expectativa agora é de que seja um momento de muita resistência contra o governo Bolsonaro”, diz a militante Ticiana Studart.
O que vemos é que a luta das mulheres trabalhadoras, rurais e urbanas, quilombolas e indígenas, é gigante, e se mostra uma força necessária contra o ódio, o neoliberalismo, o conservadorismo e os retrocessos. A Marcha das Margaridas será um espaço de muita luta e de afirmação da agroecologia, da igualdade, da democracia e do fim da violência.