A CSP-Conlutas promove, no sábado (24), o 4° Encontro Nacional de Saúde do Trabalhador. O evento será realizado de forma virtual, das 8h30 às 17h e ocorre em um momento em que é essencial discutir a saúde dos trabalhadores, diante da pandemia de Covid-19 no país.
Categorias de diversos segmentos, sobretudo as consideradas essenciais, estão se expondo ao risco de morte e doença, devido às imposições do governo Bolsonaro, que segue com seu negacionismo e discurso do lucro acima da vida. A classe trabalhadora segue em risco em seus locais de trabalho, nos transportes públicos, com protocolos sanitários inexistentes, o que tem gerado a exposição ao vírus, com contaminações e mortes de funcionários de diversas empresas pelo país.
O Brasil registrou a morte de quase 6 mil profissionais de saúde, de março de 2020 até fevereiro de 2021, o que representa um grande aumento em relação ao mesmo período de 2019, quando houve 3.571 mortes. De acordo com estudo feito pelo Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), ligado ao Ministério da Economia, os trabalhadores de atividades consideradas essenciais tiveram taxas de mortes superiores à média da população.
Operadoras de caixa de supermercados perderam 67% mais colegas de trabalho, do que outros segmentos, se comparado o período de mortes de janeiro e fevereiro de 2020, com o início de 2021. Motoristas de ônibus tiveram 62% mais mortes. O mesmo ocorreu entre os vigilantes, que incluem os profissionais terceirizados, segmento em que houve 59% de mortes a mais.
Nesse contexto, o encontro irá debater ações de combate frente à política genocida em vigor no país, que segue promovendo a abertura indiscriminada da economia e indo na contramão do isolamento social.
Para o integrante do Setorial de Saúde do Trabalhador da Central, Jordano Carvalho dos Santos, o encontro é importante, dado o momento de sofrimento que a classe trabalhadora e o povo pobre de nosso país enfrenta nesta pandemia.
“São mais de 13,6 milhões de infectados e mais de 360 mil mortos, com a perda de entes queridos, aumento da pobreza e da miséria, adoecimento mental e ataque aos direitos. Enquanto isto, aumenta a riqueza e o número de bilionários. Vamos armar o conjunto da Central e os trabalhadores (as) pela defesa da vida e dos direitos da classe trabalhadora e do povo pobre do nosso país. Que a vida, saúde e segurança no trabalho seja colocada como prioridade”, afirmou.
A inscrição para o evento deve ser realizada no formulário disponível aqui.
Confira os painelistas:
Manhã – Direito do Trabalho em tempos de pandemia
Painelistas: Souto Maior, jurista e professor livre docente de direito do trabalho brasileiro na USP; desembargador no Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região; Aristeu Neto, advogado do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos; Regiane Macedo, advogada e mestranda em Direito do Trabalho, integrante do grupo de pesquisa DHCTEM (Direitos Humanos, Centralidade do Trabalho e Marxismo).
Tarde – Saúde do trabalhador em tempos de pandemia
Painelistas: Marta de Freitas, engenheira Segurança do Trabalho, Coordenadora do Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança dos Trabalhadores de Minas Gerais; Jandira Maciel, médica sanitarista, professora da faculdade de medicina da UFMG e coordenadora do GT de Saúde do Trabalho da Abrasco; Rosália Fernandes, trabalhadora da Saúde e membro da Executiva Nacional da CSP-Conlutas; Maria Maeno, médica e pesquisadora em Saúde do Trabalhador.
Com informações: CSP-Conlutas.