Mulheres em Luta
Manifestações tomaram o mundo neste domingo, 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres. Em defesa de igualdade de gênero, direito ao aborto legalizado, pelo fim da violência machista e dos feminicídios, contra os governos ultraliberais e as reformas e retirada de direitos, o 8M de 2020 é a expressão da indignação das mulheres que têm urgência em derrubar esse sistema que não atende mais às necessidades da classe trabalhadora.
As lutas são diversas e similares. Em quase todas as mobilizações, os protestos contra os ataques dos governos e o capitalismo tiveram forte denúncia. O machismo, a exploração das mulheres neste sistema desigual entre gêneros e o feminicídio também estiveram entre as pautas levantadas.
Atos foram realizados em países das Américas, na Europa, no Oriente Médio, na África e Ásia. As mulheres foram às ruas no Brasil [CONFIRA COBERTURA], Colômbia, Equador, Porto Rico, Bolívia, um mar de manifestantes no Chile e a fúria em chamas no México. Houve atos também na Índia, Turquia, Irã, Indonésia, Palestina, França, Portugal, Alemanha, no Reino Unido e em outros diversos países do globo.
Nos Estados Unidos, na Washington Square Park, em Nova Iorque, mulheres realizaram um forte protesto, destacando inclusive o assassinato de Marielle Franco.
As mulheres foram às ruas contra a violência do governo e das polícias de Piñera. Esse protesto de mulheres foi o maior registrado no país desde o início do levante social.
Segundo números oficiais, sete mulheres foram mortas em 2020. De acordo com levantamento do INDH (Instituto Nacional de Direitos Humanos) do Chile, o número de denúncias de violação de direitos humanos no Chile são os mais alarmantes desde o processo da chamada redemocratização no país. As mulheres foram as principais vítimas, a maioria relata abusos sexuais e agressões físicas, praticados por policiais ou agentes do exército de Piñera.
No México, as ruas foram tomadas pelas mulheres, que demonstraram a fúria em um verdadeiro levante em nome das que já não podem mais ter voz. Na Cidade do México, coquetéis molotov foram arremessados no prédio do Congresso Nacional e houve confrontos entre mulheres e grupos nazistas.
As mulheres concentraram as denúncias contra a violência machista e o aumento de feminicídios no país. Nos últimos cinco anos, segundo estatísticas oficiais do governo, houve um aumento de 137% de mortes motivadas por questões de gênero. São cerca de 10 mulheres mortas a cada dia.
Os últimos casos que chocaram a população são os de Ingrid Escamilla, jovem de 25 anos, vítima de feminicídio, e o assassinato de Fátima Cecilia Aldrighett Antón , de apenas 7 anos, que foi sequestrada enquanto estava na escola.
Nesta segunda-feira (9), a mobilização segue com força, com um chamado de Greve que pretende ganhar força para que seja uma ação com data de encerramento indefinida. O movimento feminista no país afirma que o 8 de Março não será o último dia de greve de mulheres.
Mulheres ferroviárias, da Sud Rail, parte da central Solidaires, fizeram um bonito bloco no protesto de Paris. Bandeiras contra o capitalismo e o governo de Macron e sua reforma da Previdência tiveram destaque nas manifestações.
No Estado espanhol e na comunidade autônoma da Catalunha, massivos protestos também foram registrados, com marchas de mulheres em Madri e em Barcelona.
Em Londres, as mulheres realizaram performances com cantos para protestar contra a desigualdade de gênero.
Na capital da Indonésia, Jacarta, mulheres de centrais sindicais exigiram que o governo revogasse o que consideram leis discriminatórias de gênero, além de terem exigido garantia de criação de leis para proteção das mulheres.
A CSP-Conlutas avalia que as mulheres, no mundo inteiro, têm ocupado seus lugares na linha de frente das diversas lutas. É por meio da ação internacionalista que será possível a verdadeira transformação da sociedade, que passa pelo enfrentamento ao machismo e ao patriarcado, para que as mulheres, lado a lado com os homens, possam avançar rumo ao fim da exploração e da violência contra a classe trabalhadora.
Viva a luta internacional das mulheres trabalhadoras!
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