Nesta quinta-feira (23), foi realizado o 4º ato do MPL contra o aumento da passagem. Com concentração no terminal de ônibus Parque Dom Pedro II, no centro de São Paulo, o protesto percorreu a região central, terminando, com repressão da polícia, próximo à estação Liberdade do Metrô.
Duas mulheres foram agredidas e detidas, sem qualquer acusação concreta e com alto grau de violência, na estação Anhangabaú. Esta é a segunda vez consecutiva em que mulheres são violentadas nos protestos do MPL.
Conforme divulgado pela Ponte Jornalismo, cinco policiais homens “foram em cima das manifestantes e, com elas já rendidas, um deles apoiou todo o peso do corpo com o joelho em uma delas, enquanto outro PM homem puxava o braço da garota para trás. ‘Eu já estou rendida’, ela repetia, dizendo sentir dor no braço. Antes dela cair, um PM dá um golpe de cassetete em seu rosto e a jovem cai”.
No 3º ato do movimento, o impedimento para a passeata ocorreu logo na concentração, no Theatro Municipal. Neste protesto, a polícia agrediu manifestantes e jornalistas. Uma das cenas mais revoltantes foi a da manifestante menor de idade sendo puxada pelo pescoço e o momento em que a polícia arrastou a ativista Andreza Delgado pelos cabelos. Ela ficou sob a guarda da PM por 45 minutos e mais oito horas na delegacia com outros nove detidos.
Manifestação não é um ato criminoso – Em nota, o movimento denunciou os atos de violência da PM e afirmaram: “Não vamos aceitar que mais uma vez o Governador Dória e o prefeito Covas criminalizem manifestantes para defender o lucro de seus parceiros empresários do transporte!”
Um escracho foi marcado para a próxima quinta-feira (30), na Secretaria de Segurança Pública (Rua Líbero Badaró, 39), às 17h.
Para o integrante da Secretaria Executiva Estadual da CSP-Conlutas, Altino Prazeres, “a população, os trabalhadores e a juventude têm todo direito de se manifestar”, enfatizando que a criminalização não deve ser tolerada e a liberdade de expressão constantemente defendida.
Além disso, o dirigente destaca a importância de luta sob o ponto de vista classista que as lutas pelo direito à mobilidade e à cidade trazem à tona. “Somos contra a repressão e a perseguição aos movimentos. A luta contra o aumento da passagem na verdade é uma luta contra toda a concentração de renda que cada vez mais aumenta no país e no mundo inteiro. Então, lutar contra o aumento da passagem é também lutar contra a concentração de renda que faz com que os pobres fiquem cada vez mais pobres e os ricos cada vez mais ricos”, destacou.
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