A luta em defesa de da estatal dos Correios continua a todo vapor neste ano de 2020. Os trabalhadores ecetistas podem entrar em greve no dia 30 deste mês contra as mudanças no plano de saúde, já rebaixado por outros governos e que está ainda pior.
Muitos vão abrir mão do convênio, porque não terão mais condições de pagar. A responsável pelo plano dos trabalhadores dos Correios, a Postal Saúde, tem como presidente o General José Orlando Cardoso, empossado recentemente.
“Por isso temos uma greve marcada para o dia 30 de janeiro, contra rebaixamento no convenio médio, eles estão enxugando a empresa para privatizar. Quanto mais enxuta estiver, mais atrativa é para a venda. A luta é contra a privatização e os ataques que vem sendo intensificado”, frisa o trabalhador dos Correios de São Paulo Fernando Prone, o Urso, que compõe a Oposição e está construindo a CSP-Conlutas.
Essa possível greve ocorrerá em meio às tentativas do governo de Jair Bolsonaro em privatizar a empresa. Outra importante luta encampada pelos trabalhadores contra a venda da estatal.
O enxugamento do quadro de trabalhadores será parte das ações para preparar a empresa para a privatização. Pelo menos 40 mil pessoas vão perder o emprego, já que governo não pretende absorver os demitidos.
“Os outros governos também atacaram nossos direitos e tinham a intenção de vender a empresa. A diferença com Bolsonaro é o único que fala abertamente sobre isso. Desde os primeiros dias de governo ele colocou os Correios na mira para privatizar. Em fevereiro, há um movimento do governo para a apresentação de um primeiro projeto de venda dos Correios” explicou Urso.
Segundo Urso, as empresas estão de olho da estatal, mas pensando em mais lucratividade não em melhorias no atendimento à população. “O governo tem o monopólio postal da entrega de cartas e esse serviço não é lucrativo, as empresas estão de olho na marca Correios, no conhecimento que a estatal tem, as empresas querem ter a entrega de encomendas, que é o que dá lucro e estão de olho no mercado de internet, não querem entregar na periferia”, pontuou.
Privatizar tudo!
O secretário especial de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar informou à grande imprensa nesta terça-feira (14) o projeto do chamado “fast track”, com mecanismos para tornar mais rápida a venda dos Correios. Outras empresas estatais também estão nesta lista.
Ainda não foi revelado quais estatais que serão alvo da venda, mas existem fortes chances do governo de entregar para a iniciativa privada a Casa da Moeda, a Hemobras, os Correios e a Eletrobras.
Os trabalhadores da Casa da Moeda chegaram a ocupar na sexta-feira (10) a sede no Rio de Janeiro e devem promover novas mobilizações nos próximos dias. A ação foi contra a política do governo Bolsonaro para o setor, que retira direitos e o plano de privatizar a empresa.
Esse projeto faz parte do plano de desinvestimento e desestatização do governo de Bolsonaro, que não avançou como o desejado em 2019, mas promete ser retomado com força em 2020.
Ainda assim, no ano passado o governo já aprofundou perdes de importantes estatais com a venda de ativos que estavam nas mãos dessas organizações. A Petrobras é o exemplo mais simbólico, tendo se desfeito de R$ 50,4 bilhões em ativos.