O SIMPE-RS repudia veementemente a truculência e a violência empregada pelo governador Eduardo Leite contra os trabalhadores em educação e os servidores que se manifestavam na Praça da Matriz, na tarde do dia 26, em Porto Alegre.
O governador prefere usar a força da tropa de choque da Brigada Militar contra professoras e servidores ao invés de estabelecer o diálogo e a negociação. A agressão ocorreu após os educadores aprovarem a continuidade do calendário de mobilização da greve iniciada no dia 18 e quando o comando de greve da categoria aguardava para ser recebido pelo secretário-chefe da Casa Civil, Otomar Vivian (PP). A categoria tentava entregar um documento ao governo do Estado pedindo a retomada do diálogo e a retirada do pacote de reforma administrativa, que traz mudanças ao plano de carreira dos professores e prejudica o conjunto dos servidores. Ao tentar entrar no local, foram recebidos com spray de pimenta e golpes de cassetete. Cerca de 10 pessoas ficaram feridas com as agressões e com o gás de pimenta, inclusive a presidente do CPERS/Sindicato, Helenir Aguiar Schürer. O que a categoria buscava era ser recebida de forma digna pelo governo, e não na calçada, de forma desrespeitosa e indigna.
Esta não é a primeira vez que o governo estadual mostra todo seu autoritarismo e truculência na relação com os servidores. Na TV prega o diálogo e tenta passar a imagem de um governo democrático. Mas na prática, é um governo que se nega ao diálogo e trata com descaso as reivindicações dos servidores.
A luta contra o “pacote da morte” do governo reuniu todas as categorias, porque acaba com direitos históricos, com as carreiras de diversas categorias e arrocha ainda mais os salários do funcionalismo. Em contrapartida, não toca nos sonegadores que devem bilhões ao Estado. O governador Eduardo Leite segue a mesma política neoliberal do governo federal que joga nas costas dos servidores todos os problemas financeiros do Estado. Por trás, está a lógica do estado mínimo e de privatização de todas as áreas, incluindo a educação.
Não vamos aceitar calados enquanto roubam nossos direitos. Não vamos aceitar servir de bode expiatório para as más gestões que ao longo de anos levaram o RS à situação que se encontra hoje e não vamos pagar o preço para que uma minoria continue mantendo seus privilégios com as benesses de um governo que trabalha para poucos.
Defendemos os serviços públicos para a população e dignidade para os servidores. E não vamos aceitar que a truculência seja a estratégia de política de governo. Serviços públicos são feitos com respeito e servidores valorizados, e não com autoritarismo e violência e não será com golpes de cassetetes que o governo calará os trabalhadores. Lutar é um direito e não vamos nos calar frente ao desmonte do RS e dos ataques ao funcionalismo.
O SIMPE-RS se solidariza aos professores que foram agredidos, reitera seu repúdio à postura do governo do Estado e reafirma que está junto na luta dos servidores por seus direitos.
A direção do SIMPE-RS