Os trabalhadores dos Correios realizarão assembleias nas bases dos 36 sindicatos da categoria no próximo dia 10 de setembro. As duas federações que representam as entidades sindicais em todo o país, Fentect e Findect, defenderão a data de forma unificada nesse que será um dia nacional de lutas.
A decisão das federações se deve a total intransigência da direção da empresa que se recusa a negociar o acordo coletivo da categoria cuja data-base foi no mês de agosto. A Fentect havia convocado a paralisação para o dia 3, mas recuou da proposta para unificar a luta no dia 10.
Os trabalhadores se dispuseram a prorrogar suas datas de luta e aceitar a prorrogação do acordo coletivo a pedido do próprio TST (Tribunal Superior do Trabalho). Mas na sexta-feira (30) receberam a notícia de que a direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) não aceitou o diálogo e quer mesmo retirar direitos históricos da categoria.
Além das manobras recorrentes da empresa, houve nessa Campanha Salarial falta de respeito e irresponsabilidade dos Correios com a vida de quase 100 mil famílias. A realidade atualmente no setor são milhares de trabalhadores que continuam a trabalhar vendo a deterioração dos seus salários e a ameaça aos seus empregos.
Entre as reivindicações da categoria, estão o aumento linear real de R$ 300 em razão do aumento de produtividade, vale alimentação de R$ 45 e a manutenção do plano de saúde para pais e mães dos trabalhadores. A principal bandeira é a não privatização da estatal.
Nesse contexto, a ECT, além de se manter intransigente nas reivindicações, pretende manter apenas 45 cláusulas e modificar outras 19 do acordo. A empresa anuncia pretender excluir por exemplo as cláusulas da responsabilidade em acidentes de trânsito e do vale-cultura, assim como reduzir o adicional noturno de 60% para 20% e os tickets, com o fim do ticket-extra.
A ECT está como primeira na lista de privatização pelo governo de Jair Bolsonaro/Mourão. O atual presidente da empresa, general Floriano Peixoto Vieira Neto, tem essa função.
“O governo colocou o Correios como primeiro na lista para ser privatizado. Por isso, quer retirar inúmeros benefícios, para dessa forma preparar a privatização; essa atitude justifica a intransigência também na Campanha Salarial”, reafirma o dirigente da Fentect, Geraldo Rodrigues, o Geraldinho.