Na última sexta-feira , em Guararema, São Paulo, aconteceu mais um episódio do processo de criminalização das lutas sociais em curso no Brasil! A Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST, foi invadida por policiais paranaenses, sem a presença de oficiais de justiça ou outro respaldo legal, e com o uso de armas de grosso calibre e munição letal, disparando e ameaçando trabalhadoras e trabalhadores, estudantes, educadoras e educadores, artistas, camponesas e camponeses, que se encontravam estudando na ENFF nesse momento. Segundo o próprio MST, “O objetivo da operação é prender e criminalizar as lideranças dos Acampamentos Dom Tomás Balduíno e Herdeiros da Luta pela Terra, militantes assentados da região central do Paraná. Até o momento foram presos seis lideranças e estão a caça de outros trabalhadores, sob diversas acusações, inclusive organização criminosa.”
É inegável que a nossa jovem democracia está vivendo um momento de degeneração. O fim do direito de greve para os servidores público nos lembra o Ato Institucional nº 2, proferido na mesma data, porém 51 anos antes. Da mesma forma, os garrotes econômicos que estão sendo impostos aos trabalhadores e às instituições fiscalizadoras, nos levarão a uma situação de desmonte do nosso, ainda precário, estado social. Atualmente, quem está resistindo, está sofrendo o ataque das forças repressoras do Estado!
Nesse contexto que a ENFF foi invadida, percebe-se uma tentativa de criminalização de um movimento social relevante nacional e mundialmente, com o objetivo de extingui-lo. O ataque à ENFF, em especial, é bastante simbólica, por tratar-se de um centro de formação política, que acolhe inúmeros cursos com uma presença maciça de militantes de várias organizações da América.
A FENAMP, representando os trabalhadores e trabalhadoras dos Ministérios Públicos estaduais, vem a público expressar sua solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e seu mais completo repúdio contra o aumento da escalada das arbitrariedades que vêm o ocorrendo no Brasil, o avanço da criminalização da luta social! Entendemos que lutar é um direito! Defendemos que os trabalhadores organizados e agindo pacificamente podem usar os instrumentos que entenderem necessários para defenderem os seus direitos! Todo apoio à luta dos trabalhadores! Vida longa ao MST!
Brasília, 05/11/2016