Um basta ao feminicídio crescente, à violência doméstica e aos ataques aos direitos e às liberdades democráticas que vêm sendo feitos pelo governo de Bolsonaro-Mourão. Esse foi o tom das manifestações do 8 de Março, Dia Internacional de Luta das Mulheres, realizadas no último final de semana.
“Em casa, na rua, no trabalho e no transporte: exigimos respeito! Basta de violência”. “Marielle, presente. O assassino dela é amigo do presidente!”. “Contra a opressão, fora Bolsonaro e Mourão”. “Quem é cristão não apoia a ditadura, Bolsonaro não é cristão coisa nenhuma”. “Ditadura nunca mais!”. “Cadê o homem que engravidou? Por que a culpa é da mulher que abortou?”. Em cartazes, faixas, bandeiras e discursos, estas e outras palavras de ordem se repetiram nos protestos, para denunciar a violência machista, a opressão capitalista e os governos.
Foram registrados atos em todas as capitais e em diversas cidades, de norte a sul do país. Ainda na sexta-feira (6), assembleias e panfletagens nos locais de trabalho reforçaram a importância e as bandeiras de luta da data. Alguns atos foram realizados no dia 6/3, como em Vitória (ES) e São José dos Campos (SP). Outros no dia 7/3, como em Juiz de Fora (MG), Feira de Santana (BA), Teresina (PI), Castanahal, Marituba e Altamira (PA). A maioria aconteceu no domingo (8) e alguns ainda acontecem nesta segunda-feira (9), como no Rio de Janeiro, Natal (RN) e Porto Alegre (RS).
Na capital paulista, que aconteceu no próprio dia 8, nem mesmo a forte chuva atrapalhou o ânimo dos mais de dez mil manifestantes que tomaram a Avenida Paulista e em seguida a rua Augusta desde a Paulista até o centro da cidade. A diversidade de movimentos, organizações, entidades chamou atenção combinada à disposição e animação nas fanfarras, nas palavras de ordem e criatividade.
A presença de povos indígenas do Pico do Jaraguá (SP) marcou um trabalho que a Central vem desenvolvendo junto a esses povos, que sobrevivem sob intensa resistência contra os ataques a suas vidas e ao meio ambiente na região.
Mas além de Bolsonaro, foram alvo de críticas e denúncias os governos estaduais e municipais que também estão aplicando políticas contrárias às mulheres e setores oprimidos. Em Minas Gerais, por exemplo, o governador Romeu Zema (Novo) e o prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) foram duramente denunciados por suas políticas neoliberais que estão atacando duramente servidores públicos e trabalhadores da Educação que, inclusive, estão em greve há cerca de um mês.
Outras duas pautas presentes nos movimentos de mulheres, a defesa da legalização do aborto e os pedidos de justiça para o assassinato de Marielle e Anderson também marcaram atos pelo país.
As manifestações do 8 de Março, mais uma vez, demonstram a força das mulheres trabalhadoras, que tem estado à frente das lutas contra os planos de ajustes capitalistas, a violência e por direitos em todo o mundo. Foi uma importante alavanca para o que vem por aí.
CONFIRA O PANORAMA DA LUTA DO 8 DE MARÇO NO MUNDO:
A data abre o calendário de mobilizações neste mês de março, que estão sendo convocadas pelas centrais sindicais, entidades e movimentos sociais e populares do país contra os ataques do governo e em defesa das liberdades democráticas.
Dia 14 de março, quando se completam dois anos da bárbara execução da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes, vamos tomar as ruas novamente por justiça e punição aos assassinos e mandantes. Já no dia 18 de março, dia de greve nacional dos servidores públicos e trabalhadores da Educação, realizaremos um Dia Nacional de Lutas, Protestos e Paralisações em todo o país.