CSP-Conlutas – Tentativa de censura de Crivella contra HQ, no RJ, enfrenta repúdio e comoção nas redes

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A história em quadrinhos (HQ) “Os Vingadores – A Cruzada das Crianças voltou aos holofotes” gerou uma série de manifestações em defesa de sua livre publicação na Bienal do Livro do Rio de Janeiro.

A polêmica teve início na quinta-feira (5) quando o prefeito Marcelo Crivella determinou que os exemplares fossem recolhidos por ter, na capa, um beijo entre dois personagens masculinos.

O argumento usado por ele, que também é ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, foi por ser um “conteúdo sexual para menores”.

Tal censura surtiu o efeito contrário, já que os exemplares se esgotaram no evento em apenas 29 minutos.

Houve ainda indignação nas redes sociais. Os internautas contrários à censura divulgaram nas redes a imagem de capa do HQ, ilustrada com dois homens se beijando, o motivo da censura.

Influencers digitais também denunciaram o ocorrido como preconceito e homofobia e se posicionaram contra a censura e o atraso do corrupto prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella.

Dentre essas ações, o youtuber Felipe Neto adquiriu e colocou para distribuição mais de 14 mil livros LGBT. Os livros foram embalados para distribuição gratuita em ação promovida com as editoras com os dizeres: “Este livro é impróprio para pessoas atrasadas, retrógradas e preconceituosas”.

Na justiça, a postura do governador também foi repelida neste domingo (8). O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), cassou a decisão do Tribunal de Justiça (TJ) do Rio de Janeiro que permitia a apreensão de obras com temática LGBT na Bienal.

A decisão atendeu a um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que pediu a derrubada da liminar. “Defiro a liminar, para conceder a suspensão da decisão da presidência do TJ-RJ, a qual havia suspendido a decisão do desembargador Heleno Ribeiro Nunes”, disse Toffoli em seu despacho. Para o presidente do STF, decisão do TJ violava “ordem jurídica e, no mesmo passo, a ordem pública” e “findou por assimilar as relações homoafetivas a conteúdo impróprio ou inadequado à infância e juventude, ferindo, a um só tempo, a estrita legalidade e o princípio da igualdade”.

No sábado (7), a Defensoria Pública do Rio de Janeiro também havia protocolado Reclamação Constitucional com pedido de liminar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). “O ato ilegal praticado pelo Município do Rio de Janeiro consiste em mais uma entre tantas outras condutas preconceituosas e discriminatórias diuturnamente dirigidas contra esse grupo, que, por isso, é considerado socialmente vulnerável, merecedor de proteção especial do Estado, tendo a Defensoria Pública se organizado especificamente para atender às suas necessidades, com a criação do Nudiversis”.

Com informação do Portal Metropoles