CSP-Conlutas – Militantes do Psol-SP são abordadas por policiais no congresso de mulheres do partido

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Absurdo!

O 5º Congresso de Mulheres do PSOL-SP que acontecia no auditório do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo), localizado no centro da capital paulista, teve militantes abordadas pela Polícia Militar na manhã do último sábado (3).

Segundo militantes à imprensa, uma viatura M-13328, do 13º Batalhão da PM, estacionou em frente ao sindicato, dois policiais entraram e pediram os documentos das organizadoras do evento. Informaram que a atividade vinha sendo monitorada. E também disseram querer saber se haveriam a realização de alguma passeata.

Representante da Executiva Nacional do partido, Paula Coradi, disse ao G1 que os policiais entraram no sindicato sem mandado. “Eles vieram no sentido de tentar nos intimidar, pedindo a identificação de quem estava organizando o evento. Falaram que sabiam do que se tratava porque estavam monitorando a gente, sabiam até quantas pessoas vinham”.

Segundo a deputada federal Sâmia Bomfim à Ponte Jornalismo, os policiais fizeram anotações e disseram que voltariam ao local. “Umas 10h40, outra viatura retornou, com outros dois policiais, novamente um homem e uma mulher, e foram um pouco mais incisivos, dizendo que sabiam do que se tratava a atividade, por isso queriam os documentos, e que queriam acompanhar a atividade e saber detalhes do que estava sendo discutido no espaço”.

Nos dois momentos de abordagem as militantes se negaram a entregar os documentos.

“A gente resolveu fazer uma denúncia pública porque ficamos muito preocupadas. É uma atividade política fechada do partido e a polícia nem mais nem menos aparece e quando questionada do porque estarem aqui, já que não há nenhum protocolo para isso, não responderam”, disse a deputada.

O partido declarou que cobrará sobre a ação ao governo João Dória. Sâmia agendou uma reunião com o secretário General João Camilo Pires de Campos para discutir as abordagens a ativistas políticos.

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da PM afirmou que os policiais faziam patrulhamento de rotina e “foram ao local para verificar concentração de pessoas que se iniciava. Ao tomar ciência de que eram cidadãos ligados a partido político e em reunião para realização de plenária, questionaram se as pessoas, após as discussões, iriam sair em ato democrático, que pudessem tomar vias públicas”.

A CSP-Conlutas se solidariza com as militantes do Psol e repudia veementemente a ação da PM do governo de Dória.

Um ataque ao direito de organização das mulheres e à livre organização partidária. Um ataque à democracia.

Não é a primeira vez que a polícia interfere em atividades de militantes ou sindicatos sob a gestão do governo de Jair Bolsonaro.

Na semana anterior, três policiais rodoviários federais armados invadiram uma reunião de professores de Manaus (AM) quando organizavam protestos contra Bolsonaro que iria à capital amazonense.

Em julho, o neurocientista Sidarta Ribeiro, professor titular e vice-diretor do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, teve filmada por militares sua apresentação sobre os riscos para a ciência e tecnologia diante dos cortes do governo federal.

No mês passado, dois policiais abordaram o porteiro do prédio onde está instalada a CSP-Conlutas em São Paulo e perguntaram se os estudantes que haviam subido para uma reunião iriam sair em passeata depois da atividade. Não chegaram a subir no prédio e nem falaram com os estudantes.

Não permitiremos este ataque aos direitos democráticos dos trabalhadores e trabalhadoras.

Fonte: CSP-Conlutas