Dirigentes do SIMPE-RS participaram, dia 27/2, da plenária de mobilização do Fórum em Defesa da Previdência. O encontro, realizado no auditório do CPERS/Sindicato reuniu diversas entidades que compõem o Fórum Gaúcho em Defesa da Previdência, representações das centrais sindicais e movimentos sociais, que têm em comum a luta contra a reforma da previdência apresentada pelo governo ao Congresso Nacional.
No encontro, depois de intensos debates, foram aprovadas diversas propostas e um calendário de mobilização.
Nas falas foi lembrado que o Fórum foi criado já com objetivo de impedir a reforma da previdência do então presidente Temer e as mobilizações realizadas ao longo dos anos 2016 e 2017 pelos trabalhadores conseguiram impedir a votação daquela proposta.
Esclarecer a população
Agora, com a apresentação de uma nova proposta, ainda pior que a anterior, pelo atual governo, o Fórum irá novamente tomar as ruas e convocar os servidores e a população a resistir a este ataque que representa o fim das aposentadorias e que atinge fundamentalmente o setor público.
Também foi consenso, nas falas, a necessidade de unidade para resistir aos setores que pressionam pela reforma, como os próprios políticos da base de apoio de Bolsonaro, os empresários e banqueiros. Para isso, defenderam, é fundamental informar a população sobre o que está em jogo, fazendo um contraponto as mentiras veiculadas pela mídia e pelas campanhas do governo.
Era ruim, está pior
Segundo avaliações dos participantes da plenária, a proposta atual é ainda pior que a do Temer. Ela acaba com o atual regime público, baseado na solidariedade entre gerações, e joga a aposentadoria para os bancos, que só visam lucro. Também foi advertido que sem Previdência pública vários municípios podem falir, pois os benefícios de aposentados são um dos principais propulsores da economia, principalmente em pequenas localidades.
O próprio regime de capitalização proposto já foi adotado em outros países, como Chile, e lá, hoje, os aposentados ganham cerca de 30% de um salário mínimo e há altas taxas de suicídio entre os idosos aposentados, que não tem como se manter.
A falácia do déficit
Outro ponto que precisa ser desmentido é o déficit que tem servido de argumento para o governo justificar a reforma. É preciso mostrar que este argumento é falacioso, inclusive com uma CPI já tendo demonstrado que ele não existe. Além dela, a Auditoria Cidadã da Dívida, também já apontou números importantes que precisam ser divulgados de forma ampla e direta para a sociedade.
É preciso mostrar, por exemplo, os valores que as empresas sonegaram da Previdência, quem são os grandes devedores, que inclusive arrecadam dos trabalhadores e não repassam ao INSS, bem como os desvios do governo que usa recursos da seguridade social para outras áreas.
Não é reforma, é o fim da aposentadoria
Por fim, foi destacado que é preciso mostrar claramente que não se trata de uma reforma, mas de um ataque frontal ao preconizado na Constituição de 88, e representa o fim da aposentadoria. Os trabalhadores vão trabalhar até morrer, esta é a verdadeira proposta do governo.
Propostas aprovadas
A plenária aprovou, por unanimidade, o “Manifesto em defesa da Previdência: construir a luta ao lado do povo, rumo à greve geral”.
Foram aprovadas, ainda, as seguintes propostas:
– Produzir uma campanha contra a reforma da Previdência;
– Convidar a seção regional da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para que participe do Fórum;
– Usar a palavra “extinção”, em vez de “reforma” da Previdência;
– Inserir nos sites das entidades um simulador de aposentadoria;
– Realizar atividades do Fórum no interior do estado.
Calendário de mobilização
– 8 de março: Dia Internacional de Luta das Mulheres, atividades a partir das 7h30min no Largo Glênio Peres, Centro de Porto Alegre, e caminhada às 18h;
– 14 de março: ato público em memória de Marielle Franco e Anderson Gomes, às 18h, na Esquina Democrática, Centro de Porto Alegre;
– 22 de março: Dia Nacional de Mobilização contra a Reforma da Previdência, atividade convocada pelas centrais sindicais;
– 28 de março: atividades em memória de Edson Luís, estudante assassinado pela ditadura em 1968, no Rio de Janeiro;
– 30 de março: seminário contra a reforma da Previdência, organizado pelo Fórum.
Assessoria de Comunicação
01/03/2019 15:35:24